Encontro à meia-noite - Ana DePalo - Cap. III

CAPÍTULO TRÊS
- Oito.
Beijá-lo? Chloe olhou Ryder fixamente enquanto a inexorável contagem regressiva continuava.
- Sete.
Ela estava ciente das pessoas presentes na sala. Casais se juntavam antecipando o beijo na hora marcada.
- Seis.
Socorro.
- Cinco.
Ryder pareceu estar se divertindo com tudo aquilo.
- Quatro.
Ela olhou os lábios dele. Tinha mesmo uma boca bonita. Era curva e convidativa e parecia suave o suficiente para ser excitante. Suas palpitações diminuíram. Hoje em dia uma boca como aquela estava ligada a um corpo igualmente delicioso.
- Três.
Ele inclinou-se em sua direção e sua atenção mudou da boca para seus olhos verdes, onde percebeu que ele a olhava intensamente.
- Vamos lá, Chloe. - brincou. - Eu desafio você.
 - Dois.
Bem, ela pensou que poderia beijar alguém à meia-noite, certo? Pelo menos assim poderia confirmar que ele não era o príncipe que ela esperava.
- Por que não? - disse ela, procurando uma indiferença que não sentiu na intensidade de Ryder. Ela se esforçou para manter o fôlego.
- Um.
Ela subiu o rosto enquanto Ryder se inclinava mais, fechando bastante o espaço entre eles. De olhos fechados, seu coração palpitava.
- Feliz Ano Novo!
Os lábios de Ryder tocaram os de Chloe. Ela sentiu uma breve pressão, uma sensação de calor e maciez combinados com eletricidade, e começou a se afastar.
Seu recuo foi interrompido pelas mãos de Ryder segurando seus braços. Seus lábios separaram os dela e ele a beijou mais intensamente.
Ao redor deles, o som das cornetas. Eram as pessoas na mansão da família Elliott misturadas à cacofonia vinda da televisão. Ouviu-se a melodia de “Auld Lang Syne” e as pessoas começaram a cantar sobre velhos e esquecidos conhecidos.
Para Chloe, porém, o mundo à sua volta desapareceu e ela se viu inundada por ondas de sensações interessantes e emocionantes evocadas pelo abraço íntimo de Ryder. Ela suspirou enquanto afundou ainda mais no beijo, que foi feroz e caloroso, e em seguida, gentil.
O beijo começou devagar até que Ryder pareceu querer devorá-la. Alguém gemeu e Chloe percebeu que havia sido ela mesma.
Alguém tossiu por ali, e Chloe reconheceu a voz de Cullen Elliott invadindo o nevoeiro que a cercava.
- E eu achando que seria o mais requisitado da noite -disse Cullen com voz de entusiasmo.
Com um arquejo, Chloe afastou-se de Ryder. Com dois dedos tocando seus lábios, olhou em volta e percebeu que seu beijo apaixonado havia atraído a atenção de vários convidados.
Cullen saiu de perto segurando sua bebida, sorrindo e balançando a cabeça. Chloe olhou para Ryder e viu perplexidade em seu rosto. Não havia como ela esquecer este velho conhecido.
Ela não sabia o que dizer. Ela estava quente e excitada. Em algum momento do beijo, descobriu que confrontava um homem que mal conhecia. Ele era um estranho poderoso e sexy, com habilidade de virar sua vida de cabeça para baixo.
Como que drogada, observou seus lábios se movendo -os mesmos lábios que segundos atrás a provaram e a saborearam.
- Eu levo você de volta. -disse ele. -Onde está hospedada?
Ela disse o nome de uma pousada na cidade mais próxima.
Seus lábios se curvaram.
- Que coincidência boa. Eu estou no Barston Cove, na mesma rua.
Em outra circunstância, Chloe teria levantado as sobrancelhas. O Barston Cove era o hotel mais caro e privativo da cidade. Ao invés disso, ela apenas concordou e disse:
- Humm.
Ele a pegou pelo cotovelo e a guiou através da multidão. Chloe saiu educadamente murmurando “obrigada” e “boa noite” aos anfitriões e aos convidados que encontraram no caminho até a porta. Ao lado dela, a voz sexy de Ryder soou com uma conversa incoerente.
Então, antes que ela percebesse, estavam em um Jaguar preto acelerando ao longo da estrada escura em direção à cidade. Chloe se perguntou como Ryder podia ter um carro que custasse mais do que ela ganhava em um ano.
Isto foi antes de notar o caríssimo relógio que ele usava, mas logo se distraiu com a visão da mão dele ao volante.
Era uma mão capaz, grande e masculina, com um pulso forte. Ela pensou naquela mão tocando-a e acariciando-a, e outra forte onda de conscientização a invadiu.
Em questão de minutos, Ryder encostou o carro numa vaga entre seu hotel e a pousada de Chloe. Ele saiu do carro, deu a volta e ajudou-a a sair segurando levemente seus dedos.
- Saideira? - murmurou ele.
- Tudo bem. - respondeu.
O calor sexual entre eles era tanto que ela sentiu estar envolta em um cobertor de luxo contra o vento frio da noite.
E então, como parecia inevitável uma vez que deixaram a festa juntos, estavam no quarto de hotel dele. O abajur lançava uma luz fraca por todo o quarto, e uma garrafa de champanhe gelada repousava no balde de gelo -uma das pequenas cortesias de um hotel de luxo, ela supôs.
No momento em que as mãos de Ryder pousaram sobre seus ombros, todos os pensamentos sobre brindar o Ano Novo sumiram de sua cabeça.
Ryder abaixou a cabeça, procurando seu olhar.
- Chloe?
-Sim.
A resposta saiu como um suspiro e Chloe sabia que estava dizendo mais do que apenas “sim” à pergunta dele.
E isto, ela imaginou com os lábios de Ryder se fechando sobre os seus, era como um velho conhecido no ano que passou poderia se tornar um estranho sexy no novo ano.

Agora é Lei: Toda mulher tem direito a acompanhante maior de idade em consultas, exames e cirurgias

  No dia 27/11/2023 foi promulgada a Lei 14.737 que altera a Lei 8.080, de 19/09/1990 - Lei Orgânica da Saúde, para ampliar o direito da mul...