Rosa Maria!
Ainda hoje me embaça a alegria
aquela impiedosa e definitiva despedida.
Rosa Maria!
Cá dentro a alma pia.
Conformação carecida
mas à mim nunca concebida.
O Céu se cala e não me explica
o porque da doce convivência interrompida,
e me veste ainda hoje em dia
com aquela dolorosa despedida.
Fostes tu para o regaço de Deus
esvaziando os dias meus.
Rosa Maria!
Quem, ousando-se, te definiria?
Foste mais rosa ou mais Maria?
Antes e durante a saudade
sou cativo à essas tuas duas preciosidades:
Tu, tão rosa; tu, tão Maria.
Mas muito me deslumbrei na cândida graciosidade
do teu nítido lado flor.
Sim! Eras-me muito mais rosa,
singelo e meigo esplendor,
no nosso rol, símbolo de amor.
No andar formosa.
Assim eras tu,
mesmo quando nublado o céu estava azul.
No acolher, a paz garbosa.
Rosa Maria!
Irmã de minha Emília,
também tão Maria!!!
Eis porque eras cunhada minha.
Porem, em nossas almas em rima,
eras-me bem mais irmã;
eras-me infalível talismã!
O fluído do teu sincero ima,
aquele só teu áureo e divino prisma,
ainda me agiganta frente ao medo,
crenças, dúvidas e preconceitos.
Foi assim salva no teu espelho,
nosso recém elo parentesco
do rol de laços desfeitos.
Rosa Maria!
Aquele ainda hoje de tua partida,
data cruel e tão injusta,
mantém-se vivo como o agora,
insiste em não tornar-se outrora.
Porem, muito mais vivas em altitude,
são todas as recordações de tuas virtudes.
Indiferente a pós-fileira de anos,
eu te recordo e te amo
minha irmã, Rosa e rosa minha!
Rosa Maria!
Eras-me tanto rosa;
eras-me muito Maria.