A Lira Maldita - Alves Rosa

Roubei de um tísico vendedor de rosas

O perfume para fazer a minha prosa,

Que anda gasta por essas ruelas,

Onde ando a ver fechadas janelas.


Eu maldigo mais que um mendigo,

Como um jovem maldito e santo,

Que em orquestra de sapos canta:

Sobre a mesa o podre fruto.


De uma laranjeira que está morta,

Onde estão no chão as laranjas.

Pois um novo estilo e com franjas

Prefere um pequeno pé de bergamota.


E sigo eu com minha lira desafinada

A procurar palavras mais agudas.

Então encontro em uma cesta uma agulha

E uma camisa de algodão.

 
Alves Rosa
 
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