O meu alentejo - Florbela Espanca

 Meio-dia. 

O sol a prumo cai ardente, 

Dourando tudo...ondeiam nos trigais 

D´ouro fulvo, de leve...docemente... 

As papoulas sangrentas, sensuais...

 Andam asas no ar; e raparigas, 

Flores desabrochadas em canteiros, 

Mostram por entre o ouro das espigas 

Os perfis delicados e trigueiros... 

Tudo é tranqüilo, e casto, e sonhador... 

Olhando esta paisagem que é uma tela 

De Deus, eu penso então: onde há pintor, 

Onde há artista de saber profundo, 

Que possa imaginar coisa mais bela, 

Mais delicada e linda neste mundo?! 

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