Minha Aurora : H Reis



Estão declaradas a guerra e a calamidade
Levantei contra este céu de tristeza
Minha espada e a lança da blasfema felicidade
E arrasei em cerco flamejante esta citadela

Seguido da orquestra dos círculos paradisíacos
E dos ventos sibilantes da inquietude,
Vim pilhar da terra da inocuidade,
Carregado duma armada inteira, e da tua imagem

Aqui! Trovões de meu peito!
Ah, não amenizeis vossa fúria!
Dada não está a hora última!
Não me tomeis por caído afoito!

Lembrai do semblante resplandecente,
Do vigor interminável e pujante,
Do corpo em arco e protuberante,
Tudo isto já carreguei, mas que se acrescentem:

Meu sangue agora de vinagre e acre,
Meus pés de barro e escarro,
Minha carcaça em porcelana leviana
E minha vontade em vanglória furiosa

Nada além de minha Aurora

Olhos - Adriano Pelá

  Olhos, janelas d'alma! Vislumbro essência sua, Alçando voo às sublimes alturas, em busca do néctar, lastro de suas criações, Espaço re...