Quando eu morrer
Passarão cavalos brancos
Irei também de branco
Com meus pincéis na mão
Pintarei nuvens de amarelo
De vermelho os cata-ventos,
Cobrirei o arco-íris
De verde, verde-limão.
Como uma maga de estrelas
entre flores e anjos de estanho
num horizonte coberto de urtigas
semearei lírios e violetas brancas
sem azinhavre ou ferrugem, como
rosas perfumadas em credências de sonhos.
Sonia Sales
Credências de Sonhos - Do livro Girassóis Maduros (2003).