Quando eu ia
pela estrada do nada
te vi sentada
à beira do caminho...
Vinhas,
dos lados do tudo
mas contudo,
procuravas carinho.
Estavas corada,
suprida,
de vida
mas não satisfeita.
E eu que ia
vindo do nada
com a alma cansada
e a face desfeita...
Parei à beira do caminho
sentei
e te olhei...
Vi o horizonte!
...Defronte,
ali sentado
vindo do lado
de onde eu não sei...
Estavas tu
à beira do caminho
procurando carinho
que eu tinha e te dei.
Então, a estrada do nada
encheu-se de tudo
e contudo
cobriu-se de flor!
...Ali,
naquele cantinho
à beira do caminho
nasceu o amor!
Rui E L Tavares