Baile de caça - Pam Crooks - Cap. IV

CAPÍTULO QUATRO
Chloe sentia o calor que emanava do corpo de Eric atravessando o cetim. Se aquele calor vulcânico  era alguma indicação de quanto a desejava, essa noite seria tão faiscante quanto havia imaginado.  Permaneceu imóvel em seus braços hipnotizada pelo sussurrar do desejo que sentiam um pelo outro, mesmo depois que os outros no salão mudaram o ritmo para um tango moderno.
— O senhor se importaria em explicar exatamente o que deseja dizer com isso, sr. Matteo? De que maneiras o senhor gostaria que eu fosse mais agressiva?
Aproximou-se, as faces se tocando:
— Você nunca para de ser advogada, não é mesmo, Chloe? — possessivamente deslizou uma das mãos pela curva de sua cintura, acima dos quadris. — Nesse caso, ficaria feliz em explicar mais detalhadamente, digníssima.
Conduziu-a rumo à borda da pista de dança, em direção às sombras e para longe do turbilhão de fantasias brilhosas e saias cobertas de lantejoulas.
— Quero que você pare de se esconder por trás dessa máscara de advogada boa moça
— disse, cobrindo o rosto dela com uma das mãos. — E, enquanto isso, quero também uma vista privilegiada  da cinta-liga que você está vestindo, mas não quero ter que caçá-las por debaixo dessas saias todas.
Suas pernas roçavam nas dela enquanto falava, deixando-a ciente do leve atrito contra suas meias de seda.
— Quero que você mostre para mim. Devagar.
Seu fôlego ficou preso na garganta e recusava-se a voltar ao normal. Seu coração dançava rumba,  salsa e música lenta dentro do peito, dando vazão a um fluxo irregular de sangue. Seus dedos gelaram enquanto suas partes secretas ardiam. Choe chegou a pensar que desmaiaria.
— Não me diga que consegui deixar a advogada sem palavras — e correu seus dedos pelos ombros dela abaixo até segurar suas mãos.
Era exatamente o que tinha feito, Chloe não estava exatamente sem saber o que dizer, mas também não conseguia distanciar-se daquele fluxo de desejo sexual tempo suficiente para usar a cabeça para pensar. Olhava fixamente para aquela boca pensando em como seria muito mais fácil simplesmente beijá-lo…
Até Cleópatra–Lexi aparecer por trás dos ombros de Eric e pigarrear. Bem alto. Maria Antonieta–Amanda materializou-se ao lado dela, parecendo surpreendentemente compassiva, dada sua histórica atitude desalmada:
— Chloe, querida, nós só queríamos ver se está tudo bem com você.
Será que estar quase sem respirar contava como tudo bem? Chloe conseguiu sinalizar para Eric  afastar-se um pouco. Felizmente, seu gladiador estava mais atento. Ofereceu sua mão à Cleópatra, a mais vigilante das duas:
— Meu nome é Eric.
A Rainha do Egito levantou uma cética sobrancelha, mas apertou a mão dele:
— Sou Lexi Mansfield, seu pior pesadelo se estiver importunando minha amiga. Chloe conseguiu encontrar a própria língua antes que Lexi entendesse errado.
— Na verdade, estávamos fazendo planos para o resto da noite – Deu uma olhada eloquente na direção de Eric. – Você pode nos dar licença por um minuto?
Eric desceu os dedos por sua coluna vertebral, um gesto íntimo, que suas amigas não poderiam ver, mas que Chloe pôde sentir em cada terminação nervosa.
— Estava mesmo querendo passar na cartomante ainda. Nos vemos aqui, daqui a pouco.
Aproximou-se para beijá-la na bochecha. Ao roçar os lábios em sua pele, sussurrou:
— Estou morrendo de vontade de saber se hoje é o meu dia de sorte.
Enquanto ainda se recuperava daquele comentário e Eric misturava-se à multidão, Lexi e Amanda chegaram mais perto, loucas por detalhes.
— Não poderíamos ir embora sem saber como você estava, amiga. – Lexi guiou Chloe ao toalete feminino, o velho ponto de encontro para falarem sobre homens.
Enquanto atravessavam o esfumaçado salão em direção ao espelho, Amanda abraçou Chloe pela cintura.
— Ele é lindo, Chloe, mas aposto minha bolsa Prada que é ele quem representa a turbulência e mudança de que a cartomante falou. Você tem certeza que está pronta para isso?
Chloe passou a mão nos cachos ruivos enquanto olhava seu reflexo.
— Nós fizemos um pacto, não fizemos?
Lexi suspirou enquanto pegava um palito da bolsa e começou a arrumar o cabelo de Chloe. A família de Chloe mal beijava a filha em público, então Chloe sempre apreciava o calor da afeição de suas amigas – até mesmo quando isso significava rodearem-na como se fosse Cinderela antes de um encontro importante.
— Fizemos um pacto para nos forçarmos a sermos mais aventureiras, mas isso não significa que não  devemos ter cuidado – repreendeu Lexi amigavelmente. – Você conhece bem esse sujeito?
Aí estava uma boa pergunta.
— Bem o suficiente para saber que não faz meu tipo, mas também que nunca me machucaria.  Travamos uma batalha judicial no tribunal mês passado e ficamos ambos… intrigados. É rico demais, tem sangue-azul demais, é parecido demais com outros homens da minha família que só querem saber de resultados. Já que não tem chance alguma de eu me apaixonar por um sujeito assim, é o candidato perfeito para a minha noite de ousadia. Certo?
Amanda e Lexi trocaram olhares por sobre a cabeça de Chloe. Um gesto que não deixou de ver, graças ao espelho.
— Isso não significa que ele vai trazer turbulência e mudança à minha vida. – apesar de que uma voz na cabeça dela dizia que já havia virado seu mundo de cabeça para baixo, intrigando-a tanto com sua mente afiada quanto com seus gloriosos peitorais. Mas não ouviria o que tentasse convencê-la a mudar de ideia. As amigas queriam que ela fosse ousada ou não?
Droga.
— Ele só vai apimentar um pouco as coisas. – ela sacudiu os enfeites de Lexi e endireitou seu vestido – Vocês podem não querer mais ir em frente com o pacto de aventura, mas eu quero.
Após se certificarem de que o celular de Chloe estava completamente carregado e com bateria, Lexi e Amanda desejaram boa noite. Nenhuma delas havia encontrado o sr. Perfeito no Silk Masquerade, mas Chloe havia ao menos o sr. Por Enquanto. E, por enquanto, seria suficiente. Logo  que emergiu  do toalete  feminino  e caminhou em  direção ao  clube seu gladiador surgiu, belo e bronzeado, seu olhar ardente voltado somente para ela.
— Pronta? – perguntou.
Um mundo de significado comunicou-se a ela através daquela única palavra. Estava pronta. Essa noite levaria a aventura até as últimas consequências.
— Sim, mas não gostaria de algo tão banal quanto ter que ouvir um minha casa ou a sua. Não acho  que consigo esperar tanto tempo para te mostrar aquele pequeno artigo que você demonstrou interesse em ver.
O olhar dele baixou para deslizar por sobre seus seios, barriga, e por fim… suas coxas.
— Querida, jamais poderia dizer algo tão banal assim. Estou disposto a esperar por aproximadamente cinco minutos para ver essas ligas, então por que você não encontra o lugar mais rápido em que possamos ficar sozinhos?

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