CAPÍTULO QUATRO
O que havia acontecido com o simples flerte? Com o desafio de fazer Chloe Sutton reagir a ele?
Ele vencera o desafio, mas de repente se deu conta de que não era isso que importava. Isso era o que importava: a retirada do fôlego de Chloe, a maciez de seus lábios. Isso, apenas isso, era realidade.
- Nick - ela murmurou, insegura. - Nick, eu não...
Ele emoldurou o rosto dela com suas mãos, mudou o ângulo do beijo, repartiu os lábios dela com os dele de modo que pudesse mergulhar mais fundo na doçura de mel daquela boca. Chloe se deteve por um momento, então gemeu de leve e se inclinou para ele.
Sentir o corpo dela contra o seu quase fez Nick cair de joelhos.
- Chloe - sussurrou, e a puxou mais para perto, uma das mãos acariciando a cascata macia de seus cabelos, a outra na base de sua coluna. Ela se pôs na ponta dos pés, entrelaçou seus braços esguios em seu pescoço e ele deslizou as mãos por suas costas, a segurou pelas nádegas, erguendo-a de encontro a ele. Nick havia ficado com uma enorme ereção, Chloe prendeu a respiração de novo e ele soube que ela sentira a excitação de seu sexo contra o ventre.
Seu perfume era inebriante. E quando Chloe se moveu contra ele, aquele corpo esguio, delicioso, macio e quente, Nick gemeu. Seu autocontrole estava por um fio e, apesar de toda a experiência que possuía com as mulheres, aquilo nunca lhe acontecera antes.
Ele tinha muito a perder.
Mas a necessidade de possuir aquela mulher era quente e feroz. Sussurrou o nome dela e aprofundou seus beijos mais e mais. Estavam a sós no pequeno jardim, mas ainda assim, era um lugar público. Alguém poderia aparecer a qualquer instante.
O fato era que ele não dava a mínima. Tudo em que ele conseguia pensar era em fazer amor com uma estranha chamada Chloe.
Com as bocas unidas, eles se moveram para as sombras.
Nicolas queria mais. Ele a queria nua sob ele, suas pernas envoltas em seus quadris, o corpo dela se erguendo para o dele e seu calor macio levando-o cada vez mais fundo.
As mãos de Chloe estavam embaixo de seu paletó, embaixo de sua camisa. Nicolas grunhiu, beijou-a no pescoço, na curva de um seio. Fechou os lábios ao redor do mamilo rijo, por cima da seda do vestido, e quando ela soltou uma exclamação, ele puxou e levantou a saia, segurou-a pelos quadris e se moveu contra ela.
Agora, pensou, sim, agora...
Uma brisa errante balançou os sinos de vento e os incitou a uma dança selvagem que obliterava a música suave saindo das caixas de som instaladas entre as árvores. Chloe arfou nos braços de Nick, como se o som a houvesse despertado de um sonho.
- Não - falou, a voz cheia de pânico. E quando ele a segurou pelo rosto, tentando impedi-la de afastar a boca da sua, ela estapeou seus ombros. - Não! - pediu outra vez, e Nicolas respirou trêmulo, baixou a cabeça e recostou a testa na dela.
- Perdão - murmurou. - Eu não devia...
- Não é sua culpa. Eu não devia ter vindo com você. - Sua voz, seu corpo, tremiam. - Eu não devia ter deixado isto acontecer, Nick.
- Nicolas - ele disse, porque, por alguma razão, ouvir seu nome verdadeiro saindo daqueles lábios parecia importante. - Me chame de Nicolas.
- Nicolas. Nós... Nós não podemos.
Ele ergueu o rosto delicado de Chloe na altura do dele e a silenciou com um beijo.
- Não diga isso.
- Mas é a verdade. Não devemos.
- Acredita no destino, Chloe?
- Acredito em certo e errado. - Ela engoliu em seco. - E isto... Isto é errado.
- Errado coisa nenhuma! Quero fazer amor com você. E você também quer.
Não, não sacuda a cabeça, não minta para mim nem para si mesma. - Ele se curvou um pouco, apenas o suficiente para que seus olhos se encontrassem. - Toda aquela bobagem na festa, no carro... Só estávamos adiando o inevitável.
Um tremor a atravessou dos pés à cabeça.
- Ah, Deus! Deus, o que estou fazendo?- Ela sussurrou.
Ele pensou em uma dúzia de respostas, nas mentiras sagazes que os homens ofereciam às mulheres em nome da sedução, mas algo lhe dizia que essa mulher, naquele momento, merecia a verdade.
- Droga - praguejou com uma risada baixa. - Não sei o que nenhum de nós está fazendo. A única coisa da qual tenho certeza é que não deveríamos evitar isto.
Chloe passou a ponta da língua pelo lábio inferior.
- Nada pode resultar disto, Nicolas. Você compreende?
- Sim, eu sei disso. - Ele ergueu-lhe o rosto e enxugou com os dedos as lágrimas que umedeceram seus cílios - Também sei que não quero deixar você ir embora esta noite.
Chloe não queria isso também, mas como poderia ficar? Nicolas Karrier era um estranho. Ela jamais o veria outra vez. Ela estava indo para casa, para se casar com um homem que seu pai escolhesse. A carta que enviara a ele dizia isso com todas as letras.
- Não - ela disse, desesperadamente. - Você não compreende! Eu tenho... Eu tenho obrigações...
- Assim como eu - ele emendou, rouco. - Talvez por isso o único dever que importa esta noite é o que temos um para com o outro.
Chloe tocou os lábios perfeitamente delineados de Nicolas com a ponta do dedo. Sabia o que a esperava: uma vida inteira de obediência e dever.
Uma vida inteira de noites sem paixão.
- Chloe. - Os lábios dele passaram devagar por sobre os dela. - Chloe, venha comigo para casa.
Ela hesitou. Distinguir o certo do errado deveria ser simples, mas era mesmo errado desejar aquilo por uma noite?
Nicolas a beijou, puxou-a para perto de si, e Chloe permitiu que ele a conduzisse para fora do jardim.
Agora é Lei: Toda mulher tem direito a acompanhante maior de idade em consultas, exames e cirurgias
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