Por você trago a voz amargurada,
O meu canto tornou-se uma saudade,
Meu viver é um ato sem vontade,
O meu passo uma queda disfarçada;
Por você me tornei um quase nada,
Por você vivo aquém da realidade,
Qual um cego que busca a claridade
Na retina sem luz e atrofiada!
Por você pouca coisa sou agora,
Um farrapo de gente que deplora
A ilusão que viveu e hoje se finda...
O poeta que encontra, desolado,
Entre os restos, destroços do passado,
O pobre estímulo pra viver ainda...
Por Você - Riomar Melo